segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

conversas de café IX

(Um café vazio, à excepção de um homem - A - sentado a uma mesa junto da janela; olha para o exterior, preocupado. Lá fora, uma estrada com olhos gigantes em trânsito frequente, no mesmo sentido; ouvem-se motores que se aproximam e se afastam. Uma sirene vai aumentando o som, primeiro como se estivesse longe, até parecer que está à porta do café; nesse momento entra pela janela uma luz azul, intermitente. Pouco depois aparecem à porta dois homens vestidos de igual - B e C - e dirigem-se ao homem que está sentado.)

B - Quem é o senhor?
A - Com quem deseja falar?
B - Fiz-lhe uma pergunta, vai responder?
A - Quem é que procuram?
B - Quer responder a bem? Ou prefere...
A - (interrompendo) Não! Não vou responder.
C - Mas quem é que o senhor julga que é?
A - Eu sou um ser humano!
B - Muito bem, Sr. Humano! Faça o favor de nos acompanhar.



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domingo, 16 de janeiro de 2011

Conversas de Café VIII

(Duas amigas conversam em volta de um chá partilhado; pelo cheiro dir-se-ia ser de camomila.)

A - Não sei o que ele quer de mim.
B - Já lhe perguntaste?
A - São coisas que não se perguntam.
B - Há quanto tempo vocês se conhecem?
A - Há muito, para mim! Para ele, ainda não o suficiente.
B - Pelo que vejo, já esperas pouco dele...
A - Não. Espero tudo. É por isso que não o consigo evitar! Aí vem ele...

(Entra o empregado de mesa e serve mais um pouco de chá a cada uma; antes de sair sorri a ambas, atenciosamente.)


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