terça-feira, 24 de novembro de 2015

Tu cá tu lá



-          Por que me olha dessa maneira?
-          A sua cara não é muito comum. É estrangeiro?
-          Quer saber se sou estranho aos de cá, é isso?
-          Por outras palavras…
-          Sim, sou do norte.
-          Eu vi logo.
-          Então por que perguntou?
-          Para confirmar. Não podia continuar o negócio sem ter a certeza.
-          Prosseguimos?
-          Claro!
-          Fazia diferença, se eu não fosse de cá?
-          Não é óbvio? Só conseguiria vender a alma a um estranho.
-          Então?
-          Os de cá são o diabo!





rla

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

percurso poético I




profundo.

é o som do vento que me varre o pensamento
é a força da chuva que me percorre o olhar ausente

a carne sob as pálpebras a latejar,
e este não querer fazer nada, nem sequer levantar o braço para me cobrir com o lençol.

profundo é o peso da solidão.





rla